domingo, janeiro 27, 2008

Lembro-me para esquecer

Lembro-me dessa manhã
Lembro-me de te sentir em mim, mais forte do que nunca, uma presença tão áurea, para instantes depois me deixares tão só, tão para sempre . . .
Lembro-me do alvoroço, do olhar disfarçado das pessoas quando me fitavam, lembro-me dos cobardes virarem a cara para não terem que me encarar e contar. E no meio deste circo todo lembro-me de filtrar cada palavra proferida, cada imagem captada, lembro-me de pensar que me tinhas deixado tão cedo, e odeio ter adivinhado. . . odeio não ter parecido surpresa quando meia hora depois me anunciaram a tua despedida, e lembro-me de pensar que afinal já te conhecia, nessa manhã eu soube que já te conhecia há muito. . . e que assim ia ser o nosso percurso… caminho entre a vida e a morte. Uma dança a dois numa relação imortalizada pelos laços, pelo sangue que nunca foi derramado.

Um comentário:

Anônimo disse...

necessario verificar:)