sábado, junho 28, 2008

mar nosso

Quando pensei em nós,
as lembranças boas invadiram o meu sonhar.
Quando pensei em ti,
sobrou um resto de nada em mim.
Porque me deixas assim tão solta ,
em meu vagar,
tão alentada da tua esperança. . .
na espectativa que me prendas um dia,
que me abraces,
como se me tivesses perdido e reencontrado.
Deixas-me à deriva,
quando sabes ser o meu porto seguro,
vagueio nesta maré,
esperando que apanhes uma onda minha.
Experimenta esta espuma,
cristalina em mim,
e vem ao meu encontro.

segunda-feira, junho 16, 2008

amadores literários

Desconheces a arte e o enredo do meu dialecto.

A minha linguística não é abrangida pelo teu dicionário,

agora inócuo, abstracto e vulgar.

Há muito que deixámos de falar a mesma língua.

Já não existe universalidade na nossa leitura intemporal e perfeita.

Corrompeste o nosso palavreado sentido

Corrompeste o nosso amor.

Palavras vãs no livro da vida

Páginas soltas em nós.

domingo, junho 01, 2008

Desacreditada

Desacreditas a minha esperança em nós.
O meu esforço não chega ao teu pesar lamurioso e inoportuno.
Começa a não chegar-me, somente, a tua actividade lenta e vã,
espectando que eu me cegue, e seja a solução.
Começa a não chegar...
Já não despertas muito interesse em mim que não o da mágoa e desilusão.
Deixei de esperar algo de ti...
[atrasaste o nosso relógio, e já não tenho forças para o acertar.]
A palavra que se impunha ser dita no dia de hoje, não ousaste pronunciá-la.
E assim perdes mais um pouco de mim...
a cada dia, a cada instante..
a cada erro,a cada ausência...
O teu erro, a minha mágoa. a tua ausência, a minha desilusão
previamente anunciada e esquecida.
Ocultas-me quem foste, não te revejo hoje em meu sentir...e o quanto dói este sentir