segunda-feira, abril 28, 2008

Sonho de ti

Navegaste em mim esta noite, pelas marés do meu imaginário sonhador. Armadilha a tua em meu inconsciente.
Parafraseaste o amor na madrugada que se impunha. Acordei, sorri e voltei-me para o lado para não perder o sonho de ti.
Deixaras tudo para trás, para retornares a meu leito, que sentiras precisar mais do que nunca. Não me lembro de felicidade tal enquanto acordada. Rejeitei-te por breves instantes por saber não dar em nada, mas não resisti. Apesar de tudo nunca te soube resistir. Sabes usar o tom certo nas palavras que dizes, usas e abusas do olhar que sabes não me ser em nada indiferente.
Lembro-me de dizeres "Amo-te", lembro-me de sorrir, acenar com a cabeça. E antes de te conseguir beijar (queria relembrar tal sensação, como se fosse o primeiro), acordei.
O ruído do avançar das horas não me deixou voltar a adormecer... esforçei-me, mas já tinhas partido.
Sinto falta do palpitar ansioso que sentia antes de te ver ou quando esperava uma resposta tua. Acordei feliz, mas fizeste-me sentir a tua ausência. Saudades que o meu subconsciente despertou para o dia de hoje.
Ilusões minhas as que sonho. Memórias que nunca tive. Nunca fomos românticos, mas sim apaixonados... amantes inatos um do outro, amantes inatos de nós.
Mas não seria sonho, senão te sonhasse romantizado.
Esta noite foi um sonho de ti, em meu querer.

sábado, abril 26, 2008

Ressaca tua

Deitada neste mundo, largada de tudo,
encontro-me numa ressaca absurda de ti.
Ressaca de amor, prazer e paixão.
Viciaste-me...
em ti, nas tuas palavras,
no teu olhar profundo de mim.
Agora que sinto a tua ausência,
sinto esta ressaca a proliferar em cada poro meu.
És suor, lágrimas...
cada momento meu perdido aqui,
neste instante,
é teu.
vício meu.ressaca minha. Ausência tua.
Findo-me neste lugar...
memórias tuas em minha presença.

quarta-feira, abril 16, 2008

raiva pecadora

Raivas frias percorrem-me o corpo
como se fizessem parte do meu sangue.
Sinto nos dedos a força da dor
O fervilhar de sentimentos vãos.
Sinto-me dormente.
Já não possuo qualquer circulação
foi substítuida pelo amâgo do vazio.
O vazio de quem já não é
O vazio de quem já não faz parte.
No esquecimento perdura a ira.
A vingança das memórias inócuas marterizam-me.
Já não lembro de quem me esqueci.
Gélidos pecados percorrem-me a gula do que desejo.
Desejos ocultos que não serão pronunciados.
Não aqui. Jamais neste tempo e espaço.
São meus, tão meus que me consomem.
Raivas quentes que me alentam o passo de mais um dia trespassado.

quarta-feira, abril 09, 2008

onomatopeia das horas


Páro,
escuto
e olho para o relógio que se impõe no canto da sala.
Mais uma hora perdida, onde me encontro estagnada no tempo.
O badalo pendente, faz baloiçar em mim a certeza de não querer mais que o tempo passe por mim.
segundos, horas, dias . . .
O sino da vida ecoa agora em minha cabeça, faz-me estremecer!
Sinto a onda do som a percorrer-me o corpo enquanto olho o bater das horas,
inerte, paralisada...
Falta-me acetar um dos ponteiros, para que comece a viver o tempo em plenitude.
(Nunca gostei de estar fora de tempo)
Sou o pássaro que não pia quando se dá o acertar as horas. Mas não por muito mais tempo, hei-de fazer-me ouvir.
Dei à corda. tic-tac. . .

sexta-feira, abril 04, 2008

estrada para o sonho


Sai de ti mesmo para vires ao meu encontro.

Encontro marcado no jardim do sonho, que fica de frente para a esquina da rua da memória e da avenida do futuro, com o largo da esperança pairando na paisagem.

Lembras-te desse dia?

Do dia em que marcámos o passo para a felicidade?

À nossa frente, um destino desconhecido, uma estrada de sonho nunca antes atrevessada.

Não anseies pela chegada ao destino, vamos gozar a rota por nós traçada.