quinta-feira, dezembro 11, 2008

hoje

Desejos ocultos os que me despertam.
Memórias sentidas que renascem em minha pele,
no meu sabor.
Travos amargos de quem fomos um dia.
Sabores que emergem de mim (sabores vãos)
desejos escondidos apurados no dia de hoje.
O dia em que te recordo meu!

segunda-feira, setembro 29, 2008

é fácil (it's easy)


Passado um tempo, volto a escrever a tua história, a nossa estória.

Na memória, viagens infindáveis em tua companhia, em quantas rodas não sei...

Mas as lembranças são leves e sublimes, sempre com a brisa morna na cara e o olhar no horizonte.

Paragens engraçadas, aventuras ocorridas num segundo, minutos que me afastam do meu dia-a-dia, horas que me rejuvenescem o sentir.

A música no rádio soa sempre bem, a tua música nas notas de outros é o teu forte, o teu sorriso a ouvi-las aconchega qualquer sonhar.

E pairamos...na estrada, ao sabor do vento, sempre com a próxima paragem mais que fotográfica em mente.

As nossas viagens, paragens, o nosso silêncio, as nossas risadas. . . os nossos amigos. . .

Fazes parte do melhor do meu imaginário de recordações, o primeiro doce em movimento que cruzou o meu caminho e adoçou a minha vida!

quinta-feira, setembro 18, 2008

Brilho

Por entre nuvens do meu mundo, avistei o teu brilhar.
Qual estrela ou astro solar, a tua presença era distante, mas notória,
e em mim nunca cessou.
Apesar do que nos separa nunca deixei de te amar.
Mas tu sim...
tudo por que um dia resolveste fechar a porta que nos unia
[o nosso cintilar de emoções]
Por que um dia me riscaste da tua vida..
Agora não vives para mim, mas ainda te sinto.

Brilho o teu que me cega e fascina.

quinta-feira, setembro 04, 2008

som da vida


Perdi-te para os acordes duma viola.

Uma música que te tocava o coração mais do que alguma vez fora tocado.

Perdi-te para a felicidade plena que tinhas encontrado

[e não te fez feliz.]

Perdi-te para reencontrar-te mais tarde, quando o teu mundo perfeito fois devastado por essas mãos que te traziam o som da vida.

Desabou! [um dia em que a clave de sol deixou de te iluminar os passos]

Provei o meu ponto de vista...

agora regresso em teu auxílio, numa tentativa de te reerguer.

Emirge ao som dos que te rodeiam, retoma a nossa música como sendo tua.

Levanta-te para voar, e prepara-te para a volta ao mundo!
[o teu ritmo, em todos nós melodia se torna]

quinta-feira, agosto 21, 2008


Falaste ao meu coração.
Oiço o teu sentir,
o palpitar das tuas preocupações e dores.
Inspiro-te em mim de novo,
respiro esse renovado ser que emanas do teu renascer.
Palavras [ainda] ásperas na sinceridade da tua voz.
Ecos nossos, de memórias flutuantes e latentes em mim.
Palavras agridoces que me apaixonam
Palavras tuas que me tocam,
na inspiração que se renova e reaparece

terça-feira, agosto 12, 2008

caminha


Caminha no percorrer da manhã por entre rostos desconhecidos
Na esperança que um deles a encontre e se reveja
[na sua expressão doce e melancólica.]
Caminha para não estagnar
Passo a passo revê-se na calçada
Suja e triste…
demasiadamente pisada e espezinhada.
Caminha sobre o cinzento que a caracteriza
Que tanto gosta e veste sem pudor.
Um cinzento que não reflecte o seu céu,
A sua felicidade
O seu mundo.
Caminha para viver e reviver
Caminha para se manter
Caminha para não se perder.

terça-feira, julho 22, 2008

Resvala


Sinto o toque do chão a esquivar-se dos meandros do meu passo inseguro e revelador.
Balanço, num resvalar, para outro mundo, outro lugar.
A ânsia desse toque (o teu toque) desperta-me para o outro lado da vida. Profano e libertador, que muitos aceitam, mas não compreendem.
Eu compreendo, e finjo não aceitar.
Compreendo as tuas ausências e carências...sao minhas também.
Mas tu trazes a certeza no olhar. Talvez para avaçar com a incerteza do meu passo...
Um dia, contrariamente ao que gosto, vais-me ter em tua mão, vais ser tu a comandar o andar, este nosso andar, e não eu... Não gosto de coisas não controladas e inesperadas, mas admito que a tua certeza desinteressada cativa-me a deixar-me levar.
És tempo inesperado em estação pré-anunciada.
Um dia destes acertamos o passo...para onde me levarás a seguir ninguém sabe.
Espontaneidade, a tua, que me agarra.
Agora não corras, deixa andar.
Havemos de ser passo num caminhar único.

sábado, junho 28, 2008

mar nosso

Quando pensei em nós,
as lembranças boas invadiram o meu sonhar.
Quando pensei em ti,
sobrou um resto de nada em mim.
Porque me deixas assim tão solta ,
em meu vagar,
tão alentada da tua esperança. . .
na espectativa que me prendas um dia,
que me abraces,
como se me tivesses perdido e reencontrado.
Deixas-me à deriva,
quando sabes ser o meu porto seguro,
vagueio nesta maré,
esperando que apanhes uma onda minha.
Experimenta esta espuma,
cristalina em mim,
e vem ao meu encontro.

segunda-feira, junho 16, 2008

amadores literários

Desconheces a arte e o enredo do meu dialecto.

A minha linguística não é abrangida pelo teu dicionário,

agora inócuo, abstracto e vulgar.

Há muito que deixámos de falar a mesma língua.

Já não existe universalidade na nossa leitura intemporal e perfeita.

Corrompeste o nosso palavreado sentido

Corrompeste o nosso amor.

Palavras vãs no livro da vida

Páginas soltas em nós.

domingo, junho 01, 2008

Desacreditada

Desacreditas a minha esperança em nós.
O meu esforço não chega ao teu pesar lamurioso e inoportuno.
Começa a não chegar-me, somente, a tua actividade lenta e vã,
espectando que eu me cegue, e seja a solução.
Começa a não chegar...
Já não despertas muito interesse em mim que não o da mágoa e desilusão.
Deixei de esperar algo de ti...
[atrasaste o nosso relógio, e já não tenho forças para o acertar.]
A palavra que se impunha ser dita no dia de hoje, não ousaste pronunciá-la.
E assim perdes mais um pouco de mim...
a cada dia, a cada instante..
a cada erro,a cada ausência...
O teu erro, a minha mágoa. a tua ausência, a minha desilusão
previamente anunciada e esquecida.
Ocultas-me quem foste, não te revejo hoje em meu sentir...e o quanto dói este sentir

sábado, maio 17, 2008

se calhar. . .

Recostada nesta cadeira, ao cheiro do café e com a tua presença em meu olhar, vejo que nada em nós mudou.
No entanto, continua a faltar algo. . .
Sinto que me cortaste a inspiração, mesmo sem teres puxado o fio.
Não te encontro em minhas palavras.
Os versos que aqui deixo demoram a sair, não fluêm em mim, não fluêm para nós. Já não revelo poemas sentidos ao mundo, escondidos nas linhas entrelaçadas de meus textos.
Deixaste-me sem me teres deixado.
Abandonaste-nos sem que ouvisses o que sentia, o que escorria de dentro de mim, e eu cansei-me. . . sem que deixasse que me tirasses o fôlego.
Agora sou incerteza em ti.
Já não consegues ler o reboliço de pensamentos e sentimentos que preservo nestas (entre)linhas.
Deixámos de ser sintonia monocromática num mundo de cores.
[se calhar já em nada estamos iguais, se calhar tudo mudou]

sábado, maio 03, 2008

segunda-feira, abril 28, 2008

Sonho de ti

Navegaste em mim esta noite, pelas marés do meu imaginário sonhador. Armadilha a tua em meu inconsciente.
Parafraseaste o amor na madrugada que se impunha. Acordei, sorri e voltei-me para o lado para não perder o sonho de ti.
Deixaras tudo para trás, para retornares a meu leito, que sentiras precisar mais do que nunca. Não me lembro de felicidade tal enquanto acordada. Rejeitei-te por breves instantes por saber não dar em nada, mas não resisti. Apesar de tudo nunca te soube resistir. Sabes usar o tom certo nas palavras que dizes, usas e abusas do olhar que sabes não me ser em nada indiferente.
Lembro-me de dizeres "Amo-te", lembro-me de sorrir, acenar com a cabeça. E antes de te conseguir beijar (queria relembrar tal sensação, como se fosse o primeiro), acordei.
O ruído do avançar das horas não me deixou voltar a adormecer... esforçei-me, mas já tinhas partido.
Sinto falta do palpitar ansioso que sentia antes de te ver ou quando esperava uma resposta tua. Acordei feliz, mas fizeste-me sentir a tua ausência. Saudades que o meu subconsciente despertou para o dia de hoje.
Ilusões minhas as que sonho. Memórias que nunca tive. Nunca fomos românticos, mas sim apaixonados... amantes inatos um do outro, amantes inatos de nós.
Mas não seria sonho, senão te sonhasse romantizado.
Esta noite foi um sonho de ti, em meu querer.

sábado, abril 26, 2008

Ressaca tua

Deitada neste mundo, largada de tudo,
encontro-me numa ressaca absurda de ti.
Ressaca de amor, prazer e paixão.
Viciaste-me...
em ti, nas tuas palavras,
no teu olhar profundo de mim.
Agora que sinto a tua ausência,
sinto esta ressaca a proliferar em cada poro meu.
És suor, lágrimas...
cada momento meu perdido aqui,
neste instante,
é teu.
vício meu.ressaca minha. Ausência tua.
Findo-me neste lugar...
memórias tuas em minha presença.

quarta-feira, abril 16, 2008

raiva pecadora

Raivas frias percorrem-me o corpo
como se fizessem parte do meu sangue.
Sinto nos dedos a força da dor
O fervilhar de sentimentos vãos.
Sinto-me dormente.
Já não possuo qualquer circulação
foi substítuida pelo amâgo do vazio.
O vazio de quem já não é
O vazio de quem já não faz parte.
No esquecimento perdura a ira.
A vingança das memórias inócuas marterizam-me.
Já não lembro de quem me esqueci.
Gélidos pecados percorrem-me a gula do que desejo.
Desejos ocultos que não serão pronunciados.
Não aqui. Jamais neste tempo e espaço.
São meus, tão meus que me consomem.
Raivas quentes que me alentam o passo de mais um dia trespassado.

quarta-feira, abril 09, 2008

onomatopeia das horas


Páro,
escuto
e olho para o relógio que se impõe no canto da sala.
Mais uma hora perdida, onde me encontro estagnada no tempo.
O badalo pendente, faz baloiçar em mim a certeza de não querer mais que o tempo passe por mim.
segundos, horas, dias . . .
O sino da vida ecoa agora em minha cabeça, faz-me estremecer!
Sinto a onda do som a percorrer-me o corpo enquanto olho o bater das horas,
inerte, paralisada...
Falta-me acetar um dos ponteiros, para que comece a viver o tempo em plenitude.
(Nunca gostei de estar fora de tempo)
Sou o pássaro que não pia quando se dá o acertar as horas. Mas não por muito mais tempo, hei-de fazer-me ouvir.
Dei à corda. tic-tac. . .

sexta-feira, abril 04, 2008

estrada para o sonho


Sai de ti mesmo para vires ao meu encontro.

Encontro marcado no jardim do sonho, que fica de frente para a esquina da rua da memória e da avenida do futuro, com o largo da esperança pairando na paisagem.

Lembras-te desse dia?

Do dia em que marcámos o passo para a felicidade?

À nossa frente, um destino desconhecido, uma estrada de sonho nunca antes atrevessada.

Não anseies pela chegada ao destino, vamos gozar a rota por nós traçada.

sexta-feira, março 28, 2008

Sensação Sentida


Desperta-me os sentidos.

[sopra-me ao ouvido para que te capte com atenção em minha memória]

Sussura-me o alento da vida.

Quebra-me a inspiração, para que

o teu toque faça renascer as palavras ousadas

que em mim guardo.

Sem pontuação alguma quebra-me a leitura de ti

incendeia-me as frases com o toque dos teus lábios.

Vamos ser sentidos sem direcção pré-destinada.

Sente-te, no meu sentir [tão teu].

sexta-feira, março 21, 2008


Não quero, nem posso revelar-te quem sou.
Irias dissecar-me a alma num instante.
Consequentemente vou-te dando a provar tragos do meu gosto, sabores de mim.

Sem que te apercebas já me viste em modo natura,
sem que te apercebas já te revelei tudo de mim e em que em mim possuo.
Sem que te apercebas sou tua.

Mas tu não o sabes, nunca saberás
Senão o que te restaria para dissecar? o coração?
esse não o quero esquartejado, violentado em vão.

Quero que o segures em tuas mãos,
como se fosse o mais que precioso tesouro que tanto procuras e alenta o teu ser.
Quero ser o teu sonho, entranhar-me em ti, nos teus poros, no teu cheiro, no teu sabor. . .
misteriosamente chegarei lá, para no fim te deixar.

Porque o sonho liberta-nos,
porque não seria sonho senão fosse eterno,
impossível de alcançar o seu encanto.

Disseca-me o id anatomicamente. . .

sábado, março 15, 2008

escada da vida


Sentada neste vão de escada gélido e de pedra
percorre-me um desalento
de quem já não tem nada a esperar.
Sinto na espinha o arrepio da perda
O sopro amargo da despedida.

Descansada neste degrau supérfulo
sinto-me o mais cansada possível.
Desço a escada da vida,
pisando cada degrau como se espesinhasse
cada momento mau,
cada sentimento sofrido.

Fumo um cigarro, na esperança
que me traga algo de novo à memória.

minutos de vida perdidos em vão.

Encontro-me na vacuidade mais profunda de mim.
Nunca tinha percorrido degraus
que não me levassem a lado algum.
Agarro-me, incrédula, ao corrimão
da anestesia que se abate em mim.

segunda-feira, março 10, 2008

Lisboa em ponte


Lisboa em ponte, com a marca da gente de alfama
delineada em seus alicerces.
Com as árvores de monsanto a ecoarem boas vindas.
Com o Tejo como amante secreto.
Lisboa em ponte,
com o Bairro Alto, Rossio, Belém e tantos outros lugares,
demarcando o seu alcatrão,
já tantas vezes pisado e caminhado
pelos apaixonados desta cidade tão antiga, tão bela,
com tanta história a transbordar pelas brechas da calçada.
Lisboa em ponte, passa e fica em mim.

sexta-feira, março 07, 2008

silêncio

O silêncio interrompe-nos.
Interrompe-nos o som da perda
Interrompe-nos a saudade
quebra-nos o aplauso da vida.
Encontro o silêncio para que
não me interrompa mais.
e enterro-o para que possa acreditar nele,
para que possa vivê-lo.
Escutando o canto da vida surda, minha.

terça-feira, março 04, 2008

SOL A PRUMO

A razão é campo de batalha
De lutas sem justo vencedor
Alma atormentada pela dúvida
É canteiro de murcha flor

Percorro os caminhos do pensamento
Em paços de apreçado gigante
Leme e velas na procura do rumo
Inquieta alma navegante

Este singelo barco baila
Em ondas de desencanto
Maré baixa ao cair da noite
Uma Lua com ar de espanto

A distância que nos separa
Prende uma incontida mágoa
É ribeiro vindo de longe
Que em teu coração desagua

Esta minha viagem pára
No meio de tanta tempestade
Gerada em tua cabeça confusa
De amor, raiva e até saudade

Oh campos pintados de verde
Oh nuvens de inquietação
Este céu tem gravado um lamento
Liberto da minha emoção

A tristeza chorou na lava
Moldou um ser de contradição
Um deus bondoso talhou a alma
Deu-lhe a luz da real paixão

E libertou-o no mundo
Sem asas para voar, sem rumo
Numa manhã de imensa calmaria
Quando o sol estava…a prumo…

Doce beijo

by Profeta
Tal como prometido..

domingo, março 02, 2008

o pote de ouro

Sentamo-nos no jardim dos sentidos.

Descansas o teu abraço em mim.
Olhas para o céu, apontas-me o arco-íris das cores bonitas.

- Escolhe uma.
- o vermelho, da paixão!
Qual escolherias tu?! pergunto.

Ao que me respondes ser te impossível escolher, por ser eu todas as cores visíveis no espectro do teu mundo, baço, opaco, e antes vazio.
Descobres o arco-íris em mim, em dias tempestuosos do meu sol.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

piano


Ressaco o cansaço ao som do piano

embebedo-me das tuas notas.

Travo com o olhar o teu toque nas teclas mais soltas

um ré, um fá, um dó menor até.

Sinto o fibrilhar de um ritmo dentro de mim

ouço pelo janela um saxofone,

abstraio-me um pouco de ti,

mas não te perco. . .

Reacendes-me o som, revejo-te aqui.

Sentado ao piano tocando só para mim.

Tocando em nós.

sábado, fevereiro 23, 2008

tempo


Sento-me numa esplanada,

relembro momentos e histórias passadas.

Revejo amizades longínquas e perdidas,

questiono quem as levou,

quem já não faz parte de mim.

Apercebo-me que o tempo não é quem dita os termos,

mas sim as pessoas.

Findo-me assim…

Quero recuperar quem tive

não desculpo o tempo agora!

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

essência

Recupero a essência de mim, a minha libertação… em tardes amenas, numa esplanada qualquer, ao cheiro de um café bem tirado e ao sabor de um cigarro bem fumado. Ao toque da brisa nos meus poros, ao som da música que ecoa em mim e à tinta que se explana na minha escrita. Renasci na essência de mim, na imortalidade de coisas banais mas que sempre tocarão o meu ser.

sábado, fevereiro 16, 2008

Noites quentes


Noites de estio em que te procuro na incerteza do toque frio dos teus lençóis de cetim…

Corpos sôfregos e suados que se encontram
na certeza de uma paixão quente,
aquelas paixões de Verão que preenchem
a nossa inanidade perante os amores de outras estações.

Encontrei-te, tu achaste-me…

Reencontramo-nos mais uma vez na paixão abrupta de uma noite fervente,
embalados pela brisa suave que nos invade pela janela entreaberta e ondula o véu do amor.

Noites quentes numa noite de estação qualquer.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Noites frias


Nas noites frias embalo-te o sonho,

seco as tuas lágrimas em meu colo.

Tiro o peso do mundo de ti

passando a mão pela tua cabeça.

Apago todos os teus problemas e desilusões,

por breves instantes abafo os teus gritos de agonia e dor,

e num desabafo afasto-os de ti!

Descansa em mim, serena em meu leito,

deixa-me ser eu a falar por ti só esta noite.

domingo, fevereiro 10, 2008

Noites de estação


Na visão do incerto, em noites longínquas de paixão intensa , sem fim,
onde me sinto perdida por entre os teus dedos. . .
Sinto te na incerteza do meu olhar, vejo-te e revejo-te na certeza do meu toque.

Noites mágicas de uma estação qualquer, em que reproduzimos o sol, a chuva e o vento.

Em nosso olhar: lágrimas minhas e palavras tuas. . .
A que te sabe o vento quando inspiras?
A que te sabe o sol quando te queima a pele seca?
A que te sabe a chuva quando te molha a pele queimada?
Consegues sentir-me? A natureza tem um novo sabor em ti.

Noites de estação na incerteza de nós.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008


Sou cada vez mais, uma adepta fervorosa de Fernando Pessoa, com mensagem ou sem mensagem, numa garrafa ou soltas no mar, sou adepta das palavras e sobretudo do saudosismo tão Português.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Hélices

Num futuro longínquo daqui,
repetiremos os passos dados num passado distantemente perto.
Caminharemos sobre os mesmos campos,
enquanto nos picam as silvas,
subiremos as mesmas rochas, para no cimo
(do nosso mundo enquanto um todo)
fitarmos o que nos lembra o mais íntimo de nós.
Paisagens perfeitas,
vistas pelo ângulo das pás de uma hélice,
que teimam em cortar o vento,
num dia de sol quente,
num campo amarelo de vegetação seca!




Num campo onde a vida éramos nós e o elo que nos prendia.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Realmente o amor deve ser tratado como um vício. . .não há terapia que nos impeça de ter uma recaída.
Não há prazer maior do que experimentá-lo, e raramente o queremos largar.
Nunca reconhecemos estarmos viciados nele e quando o achamos vergonhoso tentamos escondê-lo.

Agora pergunto. . .

Vício: pecado prejudicial ou prazer essencial?


(something for your mind, your body and your soul)

sábado, fevereiro 02, 2008

chocolate quente para um


Já era tarde.
Num acto de “fartitude” (sim, quando estamos fartos de algo ou alguém) levanta-se da cama inquieta que não a conseguia adormecer. Lembrou-se de ir à cozinha.

Apetecia-lhe um chocolate quente.
Foi até à sala procurar companhia para o assalto ao leite quente e às bolachas estaladiças. Responderam-lhe com aquela frase típica, de quem tem conversas intermináveis no computador: só mais dois minutos, que já me estou a despedir. (enquanto teclava freneticamente e olhava o monitor como se de um espelho se tratasse.) Enfim… seguiu para a cozinha sozinha. Preparou um chocolate quente.

Soube-lhe a memórias de outras noites, passadas com amigos à lareira em outros sítios. Saboreou um chocolate quente.
Comeu uma ou duas bolachas, pegou na água, fez uma festa no pêlo macio do gato (que insistia em roçar-se nas suas pernas, como tentativa de chamada de atenção), e seguiu para a cama. Bebeu um chocolate quente.

cantigas de há muito


O amor indigente é o pior dos amores em qualquer tipo de relação. A sua natureza mendicante e miserável confere a quem ama o papel de sofredor, necessitado de afecto do próximo, para continuar a sentir o toque da vida em seu peito. Ninguém gosta de ver um ser com postura pobre e triste, com olhar “implora-dor” de carinho. Quanto mais se pede, mais desprezo se recebe.
O amor nasce, crava raízes em nós antes mesmo de o sentirmos, tem que ser natural, não forçado (mas todos sabemos isto…).
Ando farta do tema amor.
Por que não falar ódio? Não estão a um passo um do outro? Em vez de sonhar em tentar escrever a geografia do romance, pondero o tormento do ódio. . .
Ódio é escárnio, é a chama que consome a sanidade dos impuros e puros. Também o amor. É maldizer, é a vozinha estridente irritante repetitiva, que afasta as pessoas, é o apagar das memórias, sentimentos, relações. O ódio comanda a vida de muitos. Também o amor. Mas deixemo-nos de hipocrisias translúcidas. . . Quem é mais feliz? O que ama ou o que odeio? Odeia? desculpem o engano . . . Por que se sente muito mais um “odeio-te” do que um sentido “amo-te”, porque a memória do primeiro prevalece e até tem direito a promoção a possível trauma, porque odiar é amar negativamente, mas é amar! (tudo tem lado bom e menos bom, tu sabes). Porque ódio é amor, escárnio e maldizer.
Por tudo isto, não digo nada!

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

palpitas-me

o cheiro da tua pele paira agora sobre a minha. Sei que ainda vai perdurar nela durante um bom tempo. O teu perfume demora no reencontro do seu lar, e até lá aluga um espaço em mim, no meu coração, na minha pele, na minha memória. Mas que posso mais fazer? não consigo controlar. . . e sabe tão bem quando ficamos deitados lado a lado no vazio, com o teu palpitar tão perto do meu, sem segundas intenções, sem outras implicações, somente ali . . . a mirar os olhos do outro, a decorar contornos e traços que sabemos não poderem ser nossos. Somos o momento em momentos bons, tão especiais e esporádicos. Alimentamo-nos assim. . . do olhar.

quinta-feira, janeiro 31, 2008

vamos ser

Despi a tua pele do meu ser, arranquei-me de ti.
Sente agora o arder em si, o agri-doce que me trás.
Sente-te como nunca te sentiste. . .
viste, tocaste, ouviste, saboreaste,
sente o teu perfume que queima em meu olfacto.
Despi-me em ti, deixa-me que te dispa, agora em mim.
Vamos ser o centro de nós,
vamos ser. . .
sentes os músculos espasmáticos?
as artérias a pulsarem?
o coração que palpita rápido e rápido. . .
tudo por ti ou por mim (que interessa?),
tudo em nós.
vamos ser. . .

palavra

Que saudade é esta que te torna tão meu...

salivo pelo teu toque, cheiro, o mínimo de tua atenção.
anseio para que a tua palavra toque o meu ouvir.
(utilizo memórias na esperança que voltes)
devoro quem és,o teu passado e futuro
arrebato-te nesta batalha sentida de afectos
doce é o teu dedilhar ao longo de mim
exausta, é como me sinto por tentar fugir de ti.

....afinal nunca serás meu.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

hoje

. . .hoje tou despida de capas rígidas e duras. . .
hoje estou o cerne de mim. . .

domingo, janeiro 27, 2008

Lembro-me para esquecer

Lembro-me dessa manhã
Lembro-me de te sentir em mim, mais forte do que nunca, uma presença tão áurea, para instantes depois me deixares tão só, tão para sempre . . .
Lembro-me do alvoroço, do olhar disfarçado das pessoas quando me fitavam, lembro-me dos cobardes virarem a cara para não terem que me encarar e contar. E no meio deste circo todo lembro-me de filtrar cada palavra proferida, cada imagem captada, lembro-me de pensar que me tinhas deixado tão cedo, e odeio ter adivinhado. . . odeio não ter parecido surpresa quando meia hora depois me anunciaram a tua despedida, e lembro-me de pensar que afinal já te conhecia, nessa manhã eu soube que já te conhecia há muito. . . e que assim ia ser o nosso percurso… caminho entre a vida e a morte. Uma dança a dois numa relação imortalizada pelos laços, pelo sangue que nunca foi derramado.

paisagens de mim



Fito o horizonte, translúcido agora, em meu olhar.

desenho o que sinto na atmosfera.

paisagens de mim largadas ao vento como fotografias.

pequenos grandiosos momentos capturados para sempre num pedaço de papel.

Imagem ou palavra não importa. . .

Assim se mantém a chama do passado . . .

. . .acesa no presente, cinza no futuro será.

sábado, janeiro 26, 2008

Verde


Verde é cor de esperança. é cor que vejo em ti. .

é cor que revê a inspiração e deixa espaço ao sonho.

Verde é a cor da natureza. é terra.fogo.água e ar.

é o que nos proporciona o respirar e o simples e

singelo suspiro da paixão e do amor.

Verde é Zen. . .é tão teu que o adoptei e agora gosto.

Verde é puro. . é o cheiro de uma planta molhada.

o toque da relva no pé descalço de preconceitos.

verde é tacto, olfacto, odor, é os sentidos.

Verde é liberdade!


verde é o que representas para mim.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Ambíguo

Gosto de adormecer ao som do silêncio em tua voz.

Gosto de como me queima o teu toque gélido e distante, de quem já não espera o amor.
Gosto de amar um romântico descrente que repugna a palavra e o sentimento.
Gosto de ti!
não gosto de gostar de ti, mas gosto de sentir esta ambiguidade em mim.
...
. . .
Silencia-me. . Gela-me. . Ama-me. .
para que eu possa descansar e não gostar de ti.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Cuando te vas


Sempre fui daquele género de pessoa que, esporadicamente, precisa de um tempo só para ela. . . . Mas depois tu cruzaste-te na minha vida, entraste nela com as palavras necessárias para eu ultrapassar mais um dia, cada dia. . . e nunca pensei precisar do teu ombro quando as lágrimas caíam, impunes à minha vontade.
Agora um simples dia parece um longo e complicado ano, quando te vejo e revejo a caminhar para longe de mim, longe de nós, conto cada passo teu, cada rumo que tomas. . . consegues perceber o quanto preciso de ti? . . . agora, aqui, neste momento . . . Agora sinto a tua falta. Os traços da tua cara, que apreendi e decorei e tantas vezes desenhei e contornei com os meus dedos, fazem-me falta. O teu cheiro, o teu perfume, o simples toque. . . sensações que evocam a eterna palavra saudade.
Dá-me vontade de expressar o quanto fomos feitos um para o outro, aqui e agora sem paralelismos, mas sei que não fomos. . . sei que este não é o nosso momento, sei que as minhas palavras não te chegam ao ouvido, sei que te parecem dignas de uma forasteira que em nada compreende a tua língua. estrangeirices, qui ça? Mas não me culpes por sonhar e poder apaziguar o coração com memórias ingénuas e apaixonadas. . . sem mais demoras. I miss you!

amizade

"Dos dias maus apago tudo, apenas te acendo o cigarro perfeito.
Lanternas toscas é o que somos,
iluminando os rostos para acreditar no reflexo do espelho.
Todos os dias procuramos uma coisa diferente,
nos dias menos bons viramos o reflexo ao contrário
e perdemos esperança na alegria.
Dos dias maus apago-te a morte
e acordo-te para a vida.
Como se fosse um sabão sentimental que dá para esfregar a alma.
Fosse eu alguma coisa para ver que os dias apenas nos atiram terra para cima. Dos dias maus guardo o pó e deito-te fora as perfeições,
cada vez somos mais sós,
cada vez somos mais o que somos."


Joanne


resposta: nada melhor para um acordar que palavras doces, que em mim tocam. Sento-me para reler com atenção o primeiro poema, do dia, solto desta amizade feita de momentos perfeitos, palavras perfeitas, tempos perfeitos... obrigada! =)

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Queres conhecer quem sou, dissecar-me a alma, entender-me, mas não me queres ouvir . . .
Entramos, assim, num diálogo ( para mim monólogo) frio, silenciador, de quem mata sem matar, sufoca sem sufocar, de quem quer que eu sej quem não sou. E vou-te dizendo que sim, num acenar de cabeça fingido, ao que dizes e nem oiço; tento responder-te sem me perder e não consigo.
Oiço, calada, o remoer das palavras que em vão saiêm de ti, um ranger de dentes tão silencioso que me ensurdece. O que para ti é desabafo esporádico, para mim é mais uma cicatriz, que se tenta aconchegar entre as outras, daquelas do tipo "perdoa, mas não se esquece". Conheces? Com certeza que sim, mas nunca uma feita por mim . . . não sei coser essas dores e esses nós são os que não sei dar, as linhas cortam-me os dedos antes de os conseguir atar. . .
Percebes-me agora?! Provavelmente não. . . Também não o pretendo, assim talvez me possa sempre desculpar e dar-te a volta, como uma criança que quer um doce. (arranco-te um sorriso) Consigo-o sempre, e assim se alonga uma relação que em nada tem comunicação ou voz, que não tem nada de mim, mas é minha.

prison break

De volta aos meus textos revejo a minha vida numa inércia claustrofóbica. Sinto-me prisioneira de mim, numa redoma de sensações e pensamentos, envolta em mar morto. . .
À mínima visão de liberdade, sinto um arrepio, e como uma estalada ouço de novo o trancar da porta. Talvez seja melhor assim, sou bicho de cativeiro, quem sabe. Quero-me libertar, não deixam; talvez um dia . . .
Talvez um dia me liberte de preconceitos, de imagens pré-concebidas, das pessoas, de vozes que se julgam superiores, talvez um dia me liberte de ti,e aí sim, talvez . . . talvez possa crescer, mudar, ser. . .simplesmente ser.

terça-feira, janeiro 08, 2008

"lost in translation"

Palavras soltas ditas ao vento por um mero amador de sentimentos…

E assim, se perde o que tanto custou a conquistar. .

com palavras que perderam o significado na boca d’outrém . . .

palavras que ficaram “lost in translation” . .

numa tarde amena com conversas sobre uma ou outra noite mais conturbada no coração de forasteiros do “amor” .

quinta-feira, janeiro 03, 2008

?eternidade?

Serena o coração, apazigua a memória, converte a dor em saudade e as dúvidas em compreensão. Agora já podes descansar, a eternidade vai estar contigo guardada na lembrança do passado.
Que morte não traz tormento?
Qual vida arrancada não causa dor?
Apoia-te no que virá, limpa as lágrimas de dor e ri das memórias de infância.... Guarda no pensameto o que te resta e não o deixes fugir. Afinal, enquanto formos lembrados estamos vivos. Somos efémeros, se somos sozinhos.... em assim sendo, faz por te lembrarem, mantém-te vivo(a), faz com que te recordem pela vida, sê o mundo dos outros quando este lhes faltar.
Só morrerás quando fores esquecido...morre antes deles, mas não te esqueças de viver para além e depois deles. alcança a tua eternidade, na simplicidade das emoções, liberta a felicidade, voa. . . e não esqueças : bate as asas!

Amor dos inflizes

Que fé é essa que se sobrepõe ao amor incondicional de duas metades únicas num universo de descrentes do amor?!
A cobardia de enfrentar marés altas e fortes por alguém importante...
É triste ver a incerteza do amor no olhar dos crentes.. é triste ver a desonestidade para consigo próprio e os seus senimentos.. É triste ver um sentimento ser influenciado por quem se julga voz da criação... Respeito a fé de quem a tem, mas não que se escondam atrás desta, como desculpa...
É assim, certo e sabido, um futuro incerto, no qual o arrependimento por algo deixado para trás prevalecerá, sobre a tentativa de amar de novo... Não se aprende a amar de novo...não se aprende a amar (retiro o que sempre disse)....o amor acontece, não aparece simplesmente!

triste é o amor dos infelizes que o sentem....

trespasse

Sempre que vires um obstáculo, encara-o como mais uma experiência, mais uma no teu crescimento, como uma lição que nunca esperaste ser ensinada... Aprendemos com os nossos erros, é com eles que crescemos! Por isso, erra, não tenhas medo, porque quando acertares vai-te saber tão bem...