sábado, fevereiro 02, 2008

cantigas de há muito


O amor indigente é o pior dos amores em qualquer tipo de relação. A sua natureza mendicante e miserável confere a quem ama o papel de sofredor, necessitado de afecto do próximo, para continuar a sentir o toque da vida em seu peito. Ninguém gosta de ver um ser com postura pobre e triste, com olhar “implora-dor” de carinho. Quanto mais se pede, mais desprezo se recebe.
O amor nasce, crava raízes em nós antes mesmo de o sentirmos, tem que ser natural, não forçado (mas todos sabemos isto…).
Ando farta do tema amor.
Por que não falar ódio? Não estão a um passo um do outro? Em vez de sonhar em tentar escrever a geografia do romance, pondero o tormento do ódio. . .
Ódio é escárnio, é a chama que consome a sanidade dos impuros e puros. Também o amor. É maldizer, é a vozinha estridente irritante repetitiva, que afasta as pessoas, é o apagar das memórias, sentimentos, relações. O ódio comanda a vida de muitos. Também o amor. Mas deixemo-nos de hipocrisias translúcidas. . . Quem é mais feliz? O que ama ou o que odeio? Odeia? desculpem o engano . . . Por que se sente muito mais um “odeio-te” do que um sentido “amo-te”, porque a memória do primeiro prevalece e até tem direito a promoção a possível trauma, porque odiar é amar negativamente, mas é amar! (tudo tem lado bom e menos bom, tu sabes). Porque ódio é amor, escárnio e maldizer.
Por tudo isto, não digo nada!

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