quarta-feira, abril 16, 2008

raiva pecadora

Raivas frias percorrem-me o corpo
como se fizessem parte do meu sangue.
Sinto nos dedos a força da dor
O fervilhar de sentimentos vãos.
Sinto-me dormente.
Já não possuo qualquer circulação
foi substítuida pelo amâgo do vazio.
O vazio de quem já não é
O vazio de quem já não faz parte.
No esquecimento perdura a ira.
A vingança das memórias inócuas marterizam-me.
Já não lembro de quem me esqueci.
Gélidos pecados percorrem-me a gula do que desejo.
Desejos ocultos que não serão pronunciados.
Não aqui. Jamais neste tempo e espaço.
São meus, tão meus que me consomem.
Raivas quentes que me alentam o passo de mais um dia trespassado.

2 comentários:

Joanne disse...

Diria bastante sentido. Mas a dor das palavras nem sempre é a nossa dor partilhada. Desejos ocultos por dentro, que somos nós em segredo, a falar baixinho só para não nos ouvirmos.

O Profeta disse...

Porque sonhas com o outro lado
Enches o vazio da eterna espera
Amas quem não podes ter
Pintas de realidade a quimera


A liberdade do pensamento vive entre dois mundos…


Convido-te a conhece-la…


Bom fim de semana


Mágico beijo